A obra Contemplações de Papel, do padre José María Olaizola, traz-nos a necessidade de olhar para o Evangelho como uma novidade e como um meio mensageiro da actualidade do próprio Deus. Este livro constitui-se, assim, como um convite à contemplação, sugerida pelos exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola. O leitor é impelido a ser «espectador vivo» e personagem principal da história de Deus e da sua história com Deus.
Nas páginas de introdução, redigidas pelo próprio autor, somos esclarecidos sobre a intenção do padre José María: trazer-nos para dentro do Evangelho e transformar-nos em agentes da palavra de Deus e em portadores de mudança na nossa própria vida, tendo como ponto de partida as vidas de Simeão e de José; de Judite e de Noa. Essas vidas reais e denotadoras de fragilidade relembram-nos os nossos próprios limites e a nossa pequenez. Também por meio destes testemunhos somos levados a analisar a nossa vida de cristãos com dificuldade em perdoar o outro, em reconhecer-lhe as fraquezas e em ser cura, com a nossa presença diária, nos contextos onde nos movemos.
Ainda sem mergulhar nas páginas do livro propriamente ditas, somos logo cativados e conquistados nesta introdução apelativa e profundamente bem escrita.
Quanto à estrutura da obra analisada, estamos perante vários capítulos que integram uma dinâmica semelhante: iniciam-se com uma «contemplação de papel», ou seja, com um «relato recriado do Evangelho» que, ao mesmo tempo que se aproxima do original, também o recria de forma inevitavelmente criativa. Desta forma compreendemos que o Evangelho não se esgota e está vivo, para nós, ainda hoje. A segunda parte de cada capítulo prender-se-á com uma reflexão que incide num dos aspectos da «contemplação» anterior. Na parte final, o leitor é brindado com uma oração poética que aprofunda, ainda mais, a interiorização das palavras partilhadas até aí.
É, de facto, incrível a mestria com que estas páginas são redigidas. O autor consegue a proeza de recriar e reescrever uma narrativa, com base nos textos do Evangelho, que nos transporta para um tempo diferente, uma época diferente e que nos coloca dentro da própria história que redige de forma poética e belíssima.
A obra convida-nos a ser personagens principais da nossa própria vida, assumindo uma responsabilidade crítica e reflexiva perante os textos do Evangelho. Traz-nos uma oportunidade de fazer silêncio e de contemplar o nosso universo interno. Esta é uma leitura rezada que transcende a mundanidade e que nos devolve ao essencial.
Título: Contemplações de Papel
Autor: José María Rodriguez Olaizola sj
Editora: Editorial A.O.
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A obra é um convite à acção, porque a construção de um mundo melhor começa se e quando cada um se dispuser a mudar-se a si mesmo. Através de 150 temas, cada um abordado com 10 propósitos claros e práticos, o autor desafia-nos a olharmos para dentro e a assumir uma vida mais consciente e plena, inspirada pelos valores do humanismo cristão.
Título: A propósito das pequenas coisas
Autor: Paulo Costa
Editora: Salesianos
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A obra é uma fotobiografia de Maria Amélia Carvalheira (1904--1998), uma das mais importantes artistas do século xx no campo da escultura sacra portuguesa. Reproduz parte significativa da obra da escultora e um conjunto de textos que a iluminam sob múltiplas perspectivas, ajudando também a desvelar a mulher crente, que rezava com as mãos sobre a pedra.
Título: Maria Amélia Carvalheira – Falar do Céu com as Mãos
Autor: José Alcântara Cruz
Editora: Paulinas
www.paulinas.pt | Tel. 219 405 640
