Laços de amizade
A obra de Eugénio Fonseca constitui-se como uma série de textos que nos revelam a amizade e a vida compartilhadas pelo autor e pelo bispo de Setúbal, D. Manuel Martins. O leitor conhecerá o impacto da presença de D. Manuel na diocese, onde deixou uma revelantíssima contribuição e onde conseguiu cativar tudo e todos com a sua dedicação, com o seu trabalho e com a sua generosidade.
Nas palavras de António Ramalho Eanes, que prefaciou a referida obra, D. Manuel significou «uma incomparável lição de responsabilidade e determinação, de inteligência e coragem», manifestando um efeito notável tanto pelas suas palavras como pelas suas acções.
Segundo palavras do autor, D. Manuel Martins foi um homem com uma vida cheia, dedicada à defesa dos mais fracos e dos mais pobres. D. Manuel é caracterizado como alguém com um sentido de humor particular, dotado de um cuidado claro para não ferir os que consigo partilhavam a vida e os dias.
Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, descobre uma dimensão mais profunda da sua fé depois de conviver com D. Manuel. Como o próprio nos refere: «Percebi que a verdadeira religião se praticava nos acontecimentos do quotidiano, e não apenas dentro dos templos.»
Durante o relato das suas vivências com D. Manuel, há um acontecimento que marca particularmente o autor e, também, a diocese de Setúbal. Madre Teresa de Calcutá visitou o bispo de Setúbal em 1980 e é graças a essa visita que D. Manuel consegue, posteriormente, que a Congregação das Missionárias da Caridade se instale na diocese.
Manuel sairá de Setúbal no ano de 1998, vinte e três anos depois de ali ter iniciado a sua missão como bispo. Para o amigo Eugénio Fonseca, é claro que D. Manuel incentivava uma fé e uma prática cristãs para lá dos ritos – uma fé que ia ao encontro dos outros nas suas alegrias e nos seus sofrimentos.
Este é um livro cheio das marcas que D. Manuel Martins deixou na vida da diocese e, principalmente, na vida do autor e de todas as pessoas que tiveram a oportunidade de estar na sua companhia.
Na verdade, o leitor será conduzido pelas vivências do autor, sentindo-se cúmplice de todas as experiências por si relatadas e descritas. Citando as suas palavras: «Foi um escrito que me trouxe muitas emoções, algumas tão fortes, que chegaram a fazer humedecer os meus olhos em várias revivências felizes, mas noutras nem tanto.» Também nós, que vamos mergulhando nas suas palavras, acabamos por sentir o impacto e a força do que compartilhou e viveu.
Em conclusão, esta obra é um relato intenso e profundo da inegável amizade que unia Eugénio Fonseca e D. Manuel Martins. Nas páginas que vamos folheando descobriremos, ainda, verdadeiros exemplos de fé, de amor e de hospitalidade permanentes, que nem mesmo a morte deixou atenuar.
Título: «Testemunho de duas vidas compartilhadas»
Autor: Eugénio Fonseca
Editor: Paulinas | www.paulinas.pt | Tel. 219 405 64
Conjunto de reflexões de pessoas de diferentes áreas científicas, académicas, literárias e da sociedade em geral sobre as repercussões pessoais, familiares e sociais da pandemia que está a mudar Portugal e o mundo. Uma publicação que é «um mosaico de testemunhos, um caleidoscópio de esperanças e temores», como refere Mendo Henriques.
Título: Ressurgir – 40 perguntas sobre a pandemia
Autores: Vários
Editora: Paulinas | Tel. 219 405 645
A obra reúne as intervenções do historiador João Pedro Marques sobre o esclavagismo. O autor conclui, por exemplo, que o padre António Vieira não foi um apologista da escravatura, que a escravatura não foi uma criação dos Portugueses da era dos Descobrimentos e que Portugal não foi a maior potência esclavagista do mundo.
Título: Combates pela Verdade – Portugal e os Escravos
Autor: João Pedro Marques
Editora: Guerra & Paz | Tel. 21 144 488