Janeiro
Influência do Daesh em África
A cimeira extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), para debater a violência armada na província de Cabo Delgado, é adiada devido à pandemia em Moçambique. O grupo jiadista islâmico Al-Shabaab continua os ataques contra aldeias, provocando mais de três mil mortos e meio milhão de deslocados.
Fevereiro
Situação catastrófica
Um golpe de Estado em Mianmar remove Aung San Suu Kyi do poder e reinstaura uma ditadura militar. Seguem-se protestos em todo o país e um movimento de desobediência civil, que consegue parar o país do Sul da Ásia. Mais de 1100 pessoas morrem como resultado da repressão exercida por polícias e soldados nos protestos pacíficos.
Março
Iraque no coração
O Papa Francisco chega ao Iraque para a primeira visita de um chefe de Estado do Vaticano ao país do Médio Oriente. O pontífice defende uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo perante o aiatola Ali Sistani, referência dos xiitas iraquianos. Bagdade anunciou a derrota dos jiadistas do Daesh, mas estes continuam a ser uma ameaça.
Abril
Revolucionário na reforma
O histórico Raúl Castro renuncia ao cargo de primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba, encerrando mais de 62 anos de governo dos irmãos Castro. Fica assegurada a reforma económica com a abertura ao sector privado, com limites. O presidente da república, Miguel Díaz-Canel, assume o cargo de primeiro-secretário do PCC.
Maio
Braço do ar e espaço
A luta entre forças israelitas e o movimento de resistência sunita Hamas continua a aumentar. Um edifício na cidade palestina de Gaza, ocupado pelos media, é destruído por um ataque aéreo das Forças de Defesa de Israel, provocando 250 mortes. Após pressão internacional, o governo de Naftali Bennett adere a um acordo de cessar-fogo.
Junho
Nobel da Paz, líder de guerra
A fome ameaça centenas de milhares de pessoas na região de Tigré, na Etiópia. Meses de confrontos entre as forças do governo do primeiro-ministro Abiy Ahmed, Nobel da Paz 2019, e a frente de libertação TPLF deixam a economia destruída e milhões de pessoas deslocadas. Adis-Abeba anuncia um cessar-fogo, mas as chacinas continuam.
Julho
Presidente dos pobres
No bicentenário da Independência do Peru, o professor primário Pedro Castillo, do partido de esquerda Perú Libre, é empossado como novo presidente do país. É o primeiro oriundo da região andina. Promete ser conciliador e governar atendendo os interesses dos sectores historicamente marginalizados, particularmente os pobres e os indígenas.
Agosto
Emirado Islâmico do Afeganistão
O governo central do Afeganistão entra em colapso depois de a capital, Cabul, ser conquistada por militantes do movimento fundamentalista islâmico talibã. O fim da guerra é declarado e as tropas dos Estados Unidos retiram-se, depois de duas décadas de intervenção. O líder supremo Hibatullah Akhundzada é o novo emir do país da Ásia Central.
Setembro
«Luta pela Vida»
Indígenas de todo o país juntam-se num acampamento em Brasília, para aguardar o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal que definirá o futuro das terras indígenas. A tese do Marco Temporal defende que os povos indígenas só podem reivindicar terras onde já estavam em 1988. O caso é suspenso por um prazo indefinido.
Outubro
Por uma Igreja sinodal
O povo de Deus é convocado para o Sínodo 2021--2023, assembleia geral dos bispos, com o Papa Francisco a convidar ao questionamento sobre o caminhar juntos. Em Roma, os bispos reflectem sobre o caminho percorrido pela Igreja e as experiências e processos que a ajudem a viver a comunhão, a realizar a participação e a abrir-se à missão.
Novembro
«Blá-blá-blá»
A COP26, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, faz anúncios insuficientes. Em Glasgow, na Escócia, as promessas soam a ocas quando a indústria das energias fósseis continua a receber subvenções e os países a construir centrais a carvão. A limitação do aumento da temperatura média global do planeta está comprometida.
Dezembro
«Ataque híbrido»
Milhares de migrantes, na sua maioria oriundos do Médio Oriente, tentam atravessar a fronteira da Bielorrússia para a Polónia, num movimento que a União Europeia acusa o presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, de fomentar. Em resposta, o primeiro-ministro polaco, Mariusz Kaminsk, promove a construção de um muro ao longo da fronteira.