Em 2018, poucas horas depois de começar a mobilização popular contra uma controversa reforma da segurança social, os responsáveis religiosos na Nicarágua apelaram a que se evitasse a violência, mas perante uma escalada de repressão, logo se «abriram as paróquias para acolher as vítimas dos ataques da polícia e dos simpatizantes sandinistas», relata Diego, professor universitário e investigador, ele próprio um activista católico na oposição.
«A Igreja validou os protestos ao reconhecer como justas as reivindicações dos manifestantes», salientou Diego, em entrevista à Além-Mar. «Num país de tradição católica, como é a Nicarágua [em 2019, 43% dos 6,6 milhões de habitantes do país continuavam a afirmar-se como católicos e 41% declaravam-se protestantes], a mensagem definitiva dos padres e bispos teve um efeito enorme, pois deu à mobilização maior legitimidade e motivação.»