Cultura
19 junho 2024

A arte não se improvisa

Tempo de leitura: 8 min
Em Luanda, capital de Angola, o Anim’Art e Centro Rompe são dois centros de promoção da arte. Nestes dois laboratórios de beleza, tudo gira em torno da capacidade de elevar o espírito humano e transformar a sociedade, por meio da criação artística.
Enrique Bayo
Missionário comboniano
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Chegámos ao Anim’Art por uma estrada de terra esburacada e deparámo-nos com um enorme portão de acesso. No interior deste centro de promoção da arte para as crianças e jovens do município do Cazenga, em Luanda, há um anfiteatro com muito boa acústica e 300 lugares, uma grande sala polivalente, uma biblioteca, salas de formação, escritórios, cozinha, estúdio de música e sete dormitórios com capacidade para 42 pessoas. No exterior, também são organizados espetáculos na apelidada “Arena”, que tem um pequeno palco.

Enquanto esperávamos Orlando Domingos, o antigo director do centro, assistimos aos ensaios de dois jovens praticantes da semba, uma mistura de dança tradicional angolana com acrobacias espectaculares, que precisa de muito treino e de boa forma física para a executar com precisão. Ele, Txinapo, tem 25 anos e a sua prima e parceira de dança, Jessica, tem apenas 22. Sob o nome artístico de Os Txica, são bastante conhecidos em Angola. «Em 2021, chegámos à final de um importante concurso televisivo, Bai, dança com Ritmo, e como durante esse tempo apresentávamos muito na televisão, agora quase todos os fins-de-semana somos contratados para animar casamentos e outros eventos», diz Txinapo.

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EDIÇÃO
Setembro 2024 - nº 749
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