O interesse de Kiné Sène pelo cinema começou na infância. «Todas as quartas-feiras passavam filmes na minha escola e depois de cada sessão havia um debate», recorda. O filme Rue Cases Nègres, de Euzhan Palcy, baseado num romance de Joseph Zobel, marcou-a. «É um filme de iniciação sobre os negros, mas sobretudo sobre a infância. Iluminou-me em muitos aspectos», diz.
Anos mais tarde, numa ocasião, o seu chefe pediu-lhe que cobrisse uma estreia no Cinema Paris em Dacar. «O filme era Harry Potter. A partir daí, comecei a ir todas as quartas-feiras, no dia da estreia.» Foi o seu ponto de transição para a crítica cinematográfica, que culminou quando participou num concurso organizado pela Federação Africana de Críticos de Cinema. «Candidatei-me e fui ao meu primeiro FESPACO, o Festival Pan-Africano de Cinema e Televisão de Uagadugu (Burquina Faso), onde os cineastas de África e da diáspora se reúnem de dois em dois anos», conta, recordando a formação que recebeu de Clément Tapsoba, o primeiro presidente da federação.