Cultura
29 setembro 2019

Sarah Maldoror: Matriarca do cinema africano

Tempo de leitura: 7 min
Sarah Maldoror é cineasta. Declara-se africana porque descende dos africanos que foram levados de inúmeros pontos do litoral africano para a ilha de Guadalupe, nas Caraíbas. A sua vasta obra é política e reivindicativa e reflecte o seu interesse ávido pelos movimentos sociais no continente africano.
Fernando Félix
Jornalista
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O primeiro filme de Sarah Maldoror (n. 1938) é Monangambee, de 1968. Ela tinha 30 anos e inaugurava com esta curta-metragem os seus gritos anticoloniais. Literalmente, o título do filme significa «morte branca». Simbolicamente, o título lembra que, no passado, este grito era entoado em Angola à chegada dos esclavagistas portugueses.

Sarah Maldoror baseia-se para esta curta na novela A Vida Verdadeira de Domingos Xavier, do escritor luso-angolano José Luandino Vieira. Se Luandino revela o despertar da consciência do povo angolano em direcção à conquista da independência, pela atitude de um tractorista preso que se recusa a trair os seus irmãos, Sarah Maldoror retrata os abusos cometidos por comerciantes de escravos portugueses em Angola, como fruto da incompreensão e da ignorância cultural do colonizador.

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