A história de Tropic Of Violence vai de uma personagem para outra, há cinco vozes que falam ao mesmo tempo. Qual é a sua técnica para fazer fluir a narrativa?
É uma polifonia, uma história vista de diferentes ângulos. Quando comecei o livro, só havia a versão de Marie, a mãe de Moïse, que contou na primeira pessoa a sua vida e na qual todas as personagens apareciam. Quando acabei de escrever, sabia que algo não estava a resultar. Vivi dois anos em Mayotte, entre 2008 e 2010, e terminei a história de Marie em 2015, depois de regressar a Mayotte para verificar algumas coisas. É uma história tão complexa e única que cada personagem precisa ter a sua própria voz. É como se elas estivessem a falar com os leitores, como no teatro antigo, uma tragédia grega.