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14 agosto 2024

A alegria de servir os mais pobres

Tempo de leitura: 11 min
Em 2010, um grupo de pessoas da comunidade católica Emmanuel abriu uma cantina popular na cidade colombiana de Medellín para servir uma sopa quente a pessoas em situação de sem-abrigo. Actualmente, 800 pessoas almoçam lá todos os dias.
Jairo García Riveros
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Em Medellín, na segunda maior cidade da Colômbia, em frente à catedral, fica o Parque Bolívar. É um lugar bonito, cheio de árvores e urbanisticamente bem organizado, muito adequado para uma pausa para quem visita o centro da capital da província de Antioquia. Mas as «pessoas de bem» não se atrevem a usufruir deste espaço, porque aqui e noutros lugares nas redondezas há muitos pessoas que vivem em situação de sem-abrigo, pois não têm casa e vagueiam pelas ruas e praças à procura de algo para comer ou de um lugar para dormir, debaixo das estrelas, muitas vezes com a ajuda de alguma substância alucinogénia, entre papelões e trapos.

Houve um tempo em que essas pessoas eram chamadas «descartáveis», uma palavra cruel que expressava o sentimento do cidadão comum, que as considerava perdidas e tendo ultrapassado uma linha vermelha da qual não havia volta atrás. A única coisa a fazer era afastar-se o mais possível destes «indesejáveis» e defender-se das suas maldades, da sua sujidade e da sua indignidade, que envergonhavam o cidadão comum.

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EDIÇÃO
Setembro 2024 - nº 749
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