Se uma imagem valesse pelo menos mil palavras, as dos dias de fúria do mês passado no Peru dariam um romance – um romance trágico metendo um Congresso debaixo de todas as suspeitas, uma polícia assanhada e muitas vítimas – entre mortos, feridos e até desaparecidos. Já abatido por um vírus inclemente, o país não precisava de mais isto.
Numa delas, uma indígena chora de impotência aos pés de um soldado, noutra as armas dos agentes parecem cuspir fogo. Noutra ainda, jovens de rostos crispados em guerra contra uma clique corrupta e capaz de tudo, enfrentam sem medo de bastões e balas, aos gritos de «viva o Peru», gritos que saem das fotos. Num vídeo da IPYS, uma associação independente de jornalistas, um agente infiltrado grita para outro que aponta a arma a um manifestante: «Mate-o! Mate-o!»