A pandemia parece não existir em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, porque quase ninguém usa máscara e os mercados, as ruas e os milhares de igrejas com as suas múltiplas denominações estão a transbordar de gente. Tudo continua igual nesta imensa cidade que não se sabe ao certo quantas pessoas abriga: 11 milhões para uns, mais de 13 para outros. Para tentar amenizar os endémicos engarrafamentos, em alguns cruzamentos, estão a ser construídos viadutos – os famosos saut-de-mouton – cujas obras estavam previstas para serem concluídas em três meses, que já se transformaram em dois anos, e a certas horas o trânsito é o caos completo.
A instabilidade política e a difícil realidade socioeconómica fazem com que quase não haja trabalho estável e remunerado, o que obriga a maioria das pessoas a lutar, de manhã à noite, para obter o seu sustento diário. Neste contexto de pobreza, as mulheres estão sempre mais expostas a abusos de todos os tipos.