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De Jerusalém a Emaús, um encontro vivido por muitos outros! A experiência extraordinária de caminho partilhado e de descoberta que fizeram os dois discípulos de Jesus durante a viagem de Jerusalém para Emaús (Lucas 24) é algo em que se reconhecem muitas e muitos seguidores de Cristo ao longo dos tempos.
Essa experiência de sentir que Jesus se aproxima para caminhar connosco e nos abre os olhos da alma de tal maneira que a Palavra de Deus se torna a luz que ilumina a nossa maneira de caminhar na vida, é essa experiência que nos faz aderir à fé e à vida cristã. Cada um de nós pode dizer com toda a verdade: «Ele está vivo, eu encontrei-o!»
A força missionária desse encontro é evidente logo a partir das primeiras pessoas a quem Jesus se manifestou no dia da sua ressurreição. Maria Madalena e a outra Maria, a quem ele apareceu no jardim onde o tinham sepultado três dias antes, ouviram da sua própria boca as palavras: «Não tenham medo! Vão ter com os meus irmãos e digam-lhes que vão para a Galileia e que lá me hão-de ver» (Mt 28,10).
Sempre que Jesus aparecia, ressuscitado, a um discípulo, ou a um novo grupo deles, o encontro terminava sempre com um envio, e com uma promessa segura: «E saibam que estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28,20).
Não admira que o Papa Francisco continue a insistir que os cristãos, se querem mesmo viver como verdadeiros discípulos de Jesus, têm de ser pessoas, comunidades, sempre em saída. Onde quer que vivamos a nossa fé, isto é, onde quer que caminhemos na companhia de Jesus, move-nos sempre o desejo de ajudar outras pessoas a descobrir esta Sua presença sempre nova que nos transforma a vida e nos aponta novas metas, nas situações em que vivemos.
O anúncio missionário do evangelho de Jesus Cristo começa sempre com um «Ele está vivo, eu encontrei-o!» E quanto mais autêntico e intenso é o encontro com Ele, mais profundo é o desejo de o partilhar com os outros.
No nosso país, como em muitos outros contextos do nosso continente europeu, cada vez mais as pessoas se tornam cristãos pela sua própria decisão e escolha, e não simplesmente porque se nasceu num ambiente cristão. E ouso dizer que, mesmo quem nasceu numa família cristã e recebeu o baptismo em criança, quando cresce e começa a tomar as suas próprias decisões para a vida que quer viver, precisa de fazer essa mesma experiência dos discípulos de Emaús: sentir a presença de Jesus que caminha connosco e nos abre os olhos para olhar para a realidade com o Seu olhar, com os seus valores e as suas prioridades.
É sempre pela mesma experiência de encontro com Jesus ressuscitado que cada vez que celebramos juntos a Eucaristia ouvimos dizer ao fim: «Ide … e o Senhor vos acompanhe!»
E mesmo o Natal que festejamos cada ano é muito mais do que uma festa para crianças, recheada de tradições e sonhos inocentes; a verdade é que celebrar o Natal é mais uma maneira de encontrarmos a Deus que caminha connosco, na simplicidade de uma criança!
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