Em 2015, nas Nações Unidas, aprovaram dezassete objectivos para o desenvolvimento sustentável e uma agenda para 2030. Foram traduzidos por cinco palavras, todas começadas por p, em inglês, em português e certamente noutras línguas – Pessoas, Planeta, Prosperidade, Parcerias e Paz. É precisamente num destes p, o das Parcerias, que se inspira o Dia da Terra em 2023 – que tem como tema Investir no Nosso Planeta – estimulando uma acção conjunta de todos, sem desresponsabilização de nenhum actor.
O tema é focado em envolver governos, instituições, empresas e os mais de mil milhões de cidadãos que participam anualmente em actividades relacionadas com este dia, apelando a uma responsabilidade colectiva. Em 2023, devemo-nos unir em parceria pelo planeta. Empresas, governos e sociedade civil são igualmente responsáveis por agir contra a crise climática e acelerar a mudança rumo a um futuro mais verde, próspero e equitativo. Temos de nos unir em luta por uma revolução ambiental e pela saúde das gerações futuras.
A influência humana é inequivocamente responsável pelo aquecimento do planeta e a triste verdade é que algumas formas de perturbação climática serão sentidas nos próximos séculos. Temos de nos afastar colectivamente da economia suja que recorre aos combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão) e deixar as velhas tecnologias dos séculos passados e redireccionar a atenção para a criação de uma economia do século XXI que restaure a saúde do nosso planeta, proteja a Humanidade e ofereça oportunidades para todas e todos.
Quase nenhum país do mundo está no caminho certo para atingir a neutralidade climática até 2050 (balanço zero entre emissões e sumidouros de carbono), mas ainda é possível manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C.
Estamos numa crise climática que é muito mais estrutural e profunda que as crises económicas anteriores. Empresas, investidores e mercados financeiros devem gerar valor para as suas instituições e para a sociedade por meio de mudanças profundas nos padrões de consumo, inovações e práticas menos penalizadoras do ambiente. O sector privado tem o poder de conduzir uma mudança significativa, mas é fundamental que os governos incentivem os seus cidadãos e assegurem que as empresas e instituições promovam o interesse público, criando a estrutura para um sistema económico global equitativo e sustentável. Os cidadãos devem pressionar por soluções sustentáveis como eleitores e consumidores. A mitigação, restauração e adaptação às alterações climáticas exigem a vontade colectiva e a voz das pessoas para fazer a mudança de que o planeta precisa.
As sociedades com uma aposta na redução do consumo, que assegurem a continuidade dos serviços dos ecossistemas, que promovam a eficiência no uso da energia e com um forte investimento em energia renovável acessível a todos, não apenas conseguirão enfrentar a crise climática, como também garantirão a segurança energética no caminho para sociedades mais pacíficas.
|