Reportagens
21 junho 2024

Terra Santa: Qual o preço da paz?

Tempo de leitura: 24 min
Smadar, 13 anos, foi morta por suicidas palestinos do Hamas. Abir, 10 anos, foi morta por um guarda israelita. Os seus pais poderiam ter seguido a Lei de Talião, mas, não o fizeram. Em entrevistas à Além-Mar, Rami Elhanan e Bassam Aramin explicam porque são amigos e “irmãos” em tempos de guerra.
Margarida Santos Lopes
Jornalista
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É 6 de Maio, o Exército israelita voltou a entrar em Rafah, na Faixa de Gaza, de onde meio milhão de palestinos fugiram numa semana, e Rami Elhanan surpreende-se quando lhe perguntamos como está a celebrar este Dia da Memória do Holocausto.

O seu pai escapou aos horrores nazis em Auschwitz. Os seus avós, enviados para os crematórios da Europa, não sobreviveram. A sua filha Smadar – nome inspirado no Cântico de Salomão que significa «fruto da videira» – foi morta num atentado suicida do Hamas em 1997.

«Que pergunta pesada!», responde Rami, que se define «jerosolimita de sétima geração» (a sua mãe nasceu numa família ultra-ortodoxa na Cidade Velha de Jerusalém), soldado em três guerras – a de 1967, a de 1973 e outra no Líbano –, ex-director e um dos membros mais influentes da associação Parents Circle Family Forum (PCFF), que junta famílias enlutadas israelitas e palestinas.

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EDIÇÃO
Outubro 2024 - nº 750
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