Reportagens
25 abril 2025

Mongólia: monges e xamãs, os sobreviventes

Tempo de leitura: 10 min
Os Russos fizeram tábua rasa sem piedade: monges e xamãs foram mortos, e centenas de templos, arrasados. Desde 1990, com a transição para a democracia, o Budismo e o Xamanismo renasceram.
Paolo Moiola
Jornalista
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Vale do rio Orkhon (Mongólia Central). Um grupo de iaques pasta tranquilamente. Alguns têm uma pelagem tão espessa que toca o chão. Encontramo-los no ponto de partida do trilho que leva a Tuvhken, o mosteiro erguido na floresta dos montes Khangai, a cerca de 2400 metros de altitude. Para chegar a Tuvhken, percorrem-se três quilómetros entre larícios, cedros e cavalos em liberdade. Uma pequena clareira e algumas «rodas de oração» (cilindros giratórios onde estão inscritos mantras, palavras sagradas) indicam que chegámos: o mosteiro fica algumas dezenas de metros acima, encaixado mesmo sob um esporão rochoso. As pequenas estruturas que o compõem estão degradadas ou fechadas. No único templo aberto, na penumbra, distingue-se apenas um monge sentado e absorto em meditação.  

Subimos ao esporão para alcançar o topo, que é plano e está todo delimitado pelas coloridíssimas lungta, as «bandeiras de oração» (simples pedaços de tecido atados a um cordel, com imagens ou mantras impressos). Daqui, avista-se a floresta abaixo e a paisagem é deslumbrante.  

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Tags
Mundo
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EDIÇÃO
Abril 2025 - nº 756
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