A concentração média diária de dióxido de carbono na Terra alcançou em Abril do ano passado 414 partes por milhão [ppm], um valor a que não se chegava há três milhões de anos. Não obstante, segundo o relatório de 2019 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), se não se tomarem medidas drásticas, tudo indica que as emissões de gases com efeito de estufa continuarão a aumentar nos próximos anos, incrementando o aquecimento global e os efeitos perversos das alterações climáticas: insegurança alimentar, diminuição da disponibilidade de água, contaminação do ar, refugiados climáticos, degradação dos ecossistemas, etc. É curioso, para não dizer injusto, que as populações do Sul global que mais estão a sofrer as consequências das alterações climáticas sejam as menos contaminantes e as que menos responsabilidade têm no mesmo.