Reportagens
19 março 2020

Um país, dois «presidentes»

Tempo de leitura: 24 min
Um ano após a sua «implausível eleição», Félix Tshisekedi parece ser apenas o chefe de Estado nominal em Kinshasa. O palácio presidencial continua habitado por Joseph Kabila, que controla o Parlamento, as forças de segurança e as principais fontes de receita. O futuro continua incerto e sombrio.
Margarida Santos Lopes
Jornalista
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Prisioneiros políticos foram libertados, opositores regressaram do exílio e as portas do mundo reabriram-se a um país isolado. Este é o balanço do primeiro ano da presidência de Félix Tshisekedi, o homem que perdeu as eleições, mas chegou à chefia do Estado graças a um «acordo secreto» que permitiu uma «histórica alternância pacífica» na República Democrática do Congo (RDC).

Para alguns, o acordo «foi um preço que valeu a pena pagar para livrar a RDC da dinastia Kabila», mas tal não aconteceu e, por isso, têm sido questionadas as razões que levaram a comunidade internacional a «legitimar uma injustiça», em vez de apoiarem Martin Fayulu, que obteve cerca de 60% dos votos – três vezes mais do que Tshisekedi.

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