O medo e a ameaça foram, durante muito tempo, os alicerces de uma catequização que não ajudava a olhar para Deus com amor, mas, pelo contrário, com temor.
– Havia um pavor generalizado dos castigos divinos e do inferno – explica a Matilde. – Cumpriam-se as regras pelos motivos errados. Contudo, quando os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a orar (Lc 11, 1-4), Ele ensinou-lhes o Pai-Nosso. E este “Pai”, se traduzido da palavra aramaica original “Aba”, passa a “Papá” ou “Paizinho”. A própria expressão evoca afeto e calor, como diz o Papa Francisco, e acrescenta «a imagem de uma criança completamente envolvida pelo abraço de um pai que sente ternura infinita por ela». Ora, ninguém tem receio de um papá destes, certo?