O episódio da multiplicação dos pães e dos peixes é porventura a ilustração mais ampla do ato de partilhar. A Matilde lê-a com os seus educandos em São João (Jo 6, 1-15), embora esta seja a única cena relatada nos quatro Evangelhos. Depois, diz:
– Convém sublinhar que o pão para a boca é importante. Foi o próprio Jesus que nos ensinou a pedi-lo no Pai-Nosso. No entanto, antes de chegar à mesa, esse pão foi alvo do trabalho, lágrimas e suor de muitas pessoas. Portanto, em cada pãozinho que comemos acabam por estar incorporadas doses generosas de solidariedade e partilha. Além disto, na mentalidade bíblica o pão é um sinal primordial da graça e do amor de Deus, por meio do qual Ele nos sustenta e protege; é tratado com respeito e veneração, como uma realidade santa. E foi também assim que Jesus o tratou. Depois de toda aquela gente ter comido até ficar cheia, o Mestre não deixou que se desperdiçassem as sobras; foram recolhidas e levadas.