O Seminário das Missões, dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus, em Viseu, foi a primeira casa do instituto em Portugal. Durante mais de cinquenta anos, ali formaram-se rapazes portugueses para serem missionários além-fronteiras. Atualmente, é um centro de acolhimento para os missionários idosos e doentes.
Estes missionários, depois de muitos anos dedicados às missões na África, na América ou na Ásia, com momentos felizes e outros dolorosos, continuam a ser um dom para a Igreja, que precisa de testemunhas vivas do Evangelho. Eles são um tesouro humano e da Igreja que é bom partilhar. As portas do Seminário das Missões estão sempre abertas e os missionários têm gosto em receber visitas, falar a grupos de catequese ou a turmas escolares. As crianças, os adolescentes e os jovens que tiverem o gosto de conviver com estes missionários experientes em missão poderão perguntar a si mesmos: «Porque não ser eu também missionário como eles?» Ou, no mínimo, inspirar-se com as histórias que eles contam – como a que ouvi ao P.e Gregório dos Santos, de 78 anos, natural de Vale de Cambra, Viseu, que está na casa comboniana de Lisboa (onde se encontra a redação da Audácia), e que conto a seguir.
Numa missão no Brasil
«Era domingo e decorria a Eucaristia. Tinha-se organizado o ofertório solene e os encarregados perfilaram-se ao fundo da igreja, cada um com os dons que seriam apresentados junto do altar. O leitor estava preparado para ler a explicação sobre cada dom. Porém, do fundo, chegavam-lhe sinais para esperar. E assim ficámos em suspenso durante longos minutos. Por fim, avisaram do fundo que já se podia avançar. E o mistério foi revelado.
A senhora que levava o pão e o vinho virou-se para a assembleia e comunicou: “Hoje, no Evangelho, Jesus disse: ‘Se fores apresentar a tua oferta ao altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta’.” Ora, a caminho da igreja, eu discuti com a minha vizinha e ficámos zangadas. Então, fui lá fazer as pazes com ela, para poder apresentar a minha oferta.
Foi a melhor homilia daquela missa e a melhor catequese.»
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Nestes tempos da covid-19, pedem-nos que fiquemos em casa para nos protegermos, cuidar de nós e dos nossos e ser solidários com a comunidade. Os Missionários Combonianos e as revistas Além-Mar e Audácia querem contribuir para que passes este período da melhor forma possível e, por isso, enquanto durar a quarentena, decidimos tornar de leitura livre todos os conteúdos das nossas publicações missionárias.