Constanz Opiyo sentiu o desejo de servir a Deus como sacerdote quando tinha 15 anos. Frequentava o St. Joseph's College Layibi, na cidade de Gulu, Uganda, quando aconteceu um trágico incidente na noite de 30 de março de 2004. O capelão do colégio, o missionário comboniano padre Luciano Fulvi, de 76 anos, foi brutalmente assassinado, pouco depois de ouvir em confissão os alunos, em preparação para a Páscoa. Era a Semana Santa.
Constanz Opiyo tinha sido o último a confessar-se. O martírio do padre Luciano fez-lhe muita impressão. E perguntava-se: «Os missionários estão a morrer, quem os substituirá?» Então, tomou a decisão de continuar o trabalho de P.e Luciano e dos outros missionários, de divulgar o Evangelho.
Constanz entrou em contacto com os Combonianos e, em 2008, foi convidado para uma semana de experiência missionária. Depois teve de tomar uma decisão: continuar os estudos de Engenharia Mecânica na universidade ou entrar para o seminário. Optou por ser missionário. Os pais encorajaram-no: «Filho, se é o Senhor que te chama, vai em frente!»
Em 2019, Constanz consagrou totalmente a vida a Deus, com os votos de castidade, pobreza e obediência. A 30 de maio passado, foi ordenado padre.
Acerca do dia da ordenação, conta o padre Constanz Opiyo: «A preparação para a minha ordenação sacerdotal não foi fácil. Fomos e ainda somos atingidos pela pandemia do coronavírus. A ordenação estava prevista para o dia 16 de maio. Tantas pessoas esperavam esse dia, os meus amigos e parentes e especialmente os cristãos da paróquia de Ngetta, entre os quais eu tinha servido como estudante de Teologia e como diácono. Foi agendada para 30 de maio, com apenas vinte pessoas autorizadas a comparecer.
Embora houvesse poucas pessoas, foi muito bonito. Fiquei muito consolado com estes versículos do Salmo 33: «O SENHOR desfez os planos das nações, frustrou os projetos dos povos. Só o plano do SENHOR permanece para sempre, e os desígnios do seu coração, por todas as idades» (Sl 33, 10-11). A minha primeira missa celebrei-a com alguns missionários combonianos e um pequeno grupo de familiares.»
O padre Constanz Opiyo será missionário na missão de Ngetta. Está muito feliz. Vai estar envolvido no trabalho com a juventude, para ajudar os jovens a descobrir a sua vocação na vida. São muitos os desafios que os jovens de Ngetta enfrentam: casamentos precoces, abandono escolar, falta de uma ideia clara da vida e, acima de tudo, a necessidade de acompanhamento espiritual. O missionário comboniano quer construir com eles uma caminhada como amigos de Deus e da Humanidade.