Milhares de pessoas, incluindo crianças, na República Democrática do Congo (RDC) são forçadas a trabalhar nas minas de cobalto – mineral essencial para as baterias que usamos nos nossos computadores, telemóveis e carros elétricos – denuncia Siddharth Kara num livro recentemente publicado e que conta com muitos dados e testemunhos. Há crianças de 6 anos que passam o dia nos túneis profundos à procura de cobalto. Recebem um dólar e meio em cada jornada de extração do mineral – é esse cobalto barato que é depois comprado por algumas das empresas mais ricas do mundo. Algumas crianças ficam com problemas pulmonares permanentes. Outras morrem ou ficam mutiladas devido ao desmoronamento das galerias. O Papa Francisco denunciou fortemente esta exploração durante a viagem à RDC, no passado mês de fevereiro: «Vocês têm tantas riquezas naturais, que atraem pessoas que vêm explorar o Congo.»
O trabalho infantil – que afeta 160 milhões de crianças no mundo (quase uma em cada dez) – é só um dos problemas que rouba o futuro das crianças: milhares não têm escola, acesso a cuidados de saúde, alimentação saudável, etc. Situações que continuam a contradizer a Declaração dos Direitos da Criança e a Convenção sobre os Direitos da Criança, texto que foi ratificado na ONU no dia 20 de novembro de 1990.
Estes documentos expõem os direitos civis, políticos, económicos, sociais e culturais de todas as crianças e pedem aos adultos que as defendam e cuidem com todas as suas forças. Vamos conhecer e divulgar esses direitos e, assim, colaborar na construção de um mundo melhor para todas as crianças.