A Abrir
01 março 2020

Transformar o mundo

Tempo de leitura: 2 min
Cada um de nós pode ajudar com os seus dons a construir um mundo melhor.
Bernardino Frutuoso
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Voltei a ler há dias O Homem Que Plantava Árvores, uma história comovente escrita por Jean Giono. A narrativa tem como personagem principal o solitário Elzéard Bouffier, que vivia numa região semidesértica no sul da França. Levava uma vida simples. Dedicava-se a criar ovelhas e a plantar carvalhos. Um viajante passou na região e conheceu-o. Intrigado e curioso, passou a visitá-lo com frequência. O visitante percebia que, com as ações deste homem, o meio ambiente se alterava positivamente. O camponês ampliava o número de espécies que plantava cada ano. Depois de plantar mais de 100 mil carvalhos (10 mil sobreviveram), Elzéard começou a plantar outras espécies, como faias e bétulas. Quando viu que as ovelhas ameaçavam as futuras árvores, desfez-se delas e iniciou uma criação de abelhas, óptimas polinizadoras.

O trabalho persistente deste «atleta de Deus» deu frutos. Paulatinamente, a paisagem da região transformou-se. A água voltou aos riachos e o vento ajudou a dispersar as sementes, o que permitiu o aparecimento de outras espécies, nomeadamente o salgueiro. Muitos hectares ficaram cobertos de árvores.

Nesta história maravilhosa, que recomendo que leias, destacam-se as capacidades excecionais deste camponês. Um só homem, em silêncio, sem necessidade de ser reconhecido ou fazer publicidade (hoje teríamos publicado inúmeros textos e selfies nas redes sociais), com esforço constante, paciência e generosidade sem limites, transformou uma região desértica numa floresta. Não pensou em si mesmo, mas no bem-estar das futuras gerações, que agora vivem nesse ecossistema.

Cada um de nós, ainda que o nosso contributo possa parecer insignificante, pode ajudar com os seus dons a construir um mundo melhor. Para isso, necessitamos ouvir com atenção a voz da Natureza e da humanidade e agir movidos pela fé, a esperança e o amor.

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Novembro 2024 - nº 633
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