Vocês que têm 8, 9 ou praticamente 10 anos, fazem parte da geração Alpha, uma designação criada pelo sociólogo australiano Mark McCrindle. São uma geração muito mais independente que cresce não só habilitada para usufruir das novas tecnologias, mas já com novos conceitos acerca da vida. Serão muito arrojados e produtivos no mercado de trabalho, graças à conectividade proporcionada pela Internet e em virtude da informatização da tecnologia. Não dispensarão os computadores e muitos terão profissões que ainda nem sequer existem.
Professores e pais tornam-se mentores
Na escola, vocês, alphas, não aceitam um ensino que se limite a transmitir matéria. Vocês exigem que tenha um sentido, uma utilidade no presente. Também não querem ser formatados pelos pais e professores, mas que eles dialoguem com vocês, escutem o vosso parecer, façam conta com as vossas potencialidades, de modo que, tanto uma aula, como uma atividade ao ar livre, ou aquelas coisas que se fazem no quotidiano em casa, isto é, cada acontecimento seja uma experiência na qual todos interagem com os seus saberes e capacidades.
Para vocês a função principal da família, escola, paróquia, coletividade, etc., já não é transmitir informação, porque as novas tecnologias podem fazer isso de forma mais eficiente, mas serem interlocutores. Os adultos tornam-se uma referência, uma inspiração de valores, se mostram com o seu exemplo. Os adultos para vocês são os que dizem: «Diante do mesmo desafio, eu fiz ou faço isto.»
Hoje, mais do que nunca, vocês necessitam de tutores, conselheiros, orientadores. E bons tutores são aqueles que os ajudam a usar o saber, o talento, as tecnologias, os meios ao dispor, para mudar o mundo.
O grande desafio que vocês colocam aos adultos é que eles os ajudem a desenvolver competências socioemocionais. Estas incluem a capacidade de lidar com as emoções, de relacionar-se com os outros, de ser capazes de colaborar, mediar conflitos e envolverem-se ativamente na solução dos problemas.