A missão é mais que o céu azul e vasto que todos os dias abraço no início e no fim do meu dia,
é mais que o castanho da areia desértica que cobre o chão.
É mais que o verde da paisagem de algumas árvores que lutam para permanecer verdes,
e que o cinzento dos dias de neblina que encobrem os vulcões.
A missão é de uma imensidão de cores.
É da cor dos rostos que me comovem e me fazem sorrir,
é da cor das histórias que todos os dias ouço horas e horas sem fim e me lembram da matéria simples e humilde de que somos feitos,
é da cor de todos os corações que me chegam e me ensinam que é possível amar mais.
É da cor dos sorrisos, dos abraços, das lágrimas é da cor da paisagem natural e humana.
A missão diária de seguir com eles é tão vasta, é de tantas cores.
Entre os meninos que me chamam na rua e no jardim de infância, e com os quais partilho a alegria de ser criança uma e outra vez, sem medo entregue a eles.
Aos idosos que bailam livres quando vêm ao nosso encontro, e deixem-me dizer-vos, que para muitos, somos a sua única família. Verdadeiras histórias de superação e luta.
Às famílias quando nos reunimos para partilhar o todo, na soma individual das partes porque, é nesse meio entre uns e outros que, nos encontramos e nos doamos sem premissas ou condições, só porque sim.
É nas visitas diárias que encontro um verdadeiro sentido para a minha caminhada e vejo e revejo as cores do meu mundo aqui e agora.
Aqui, nesta pequena vila é onde todos os dias a verdadeira experiência de ser eu, na essência das cores que tenho dentro e de todas aquelas que me permito ver no mundo.
Sempre tive certo dentro de mim que não fui chamada para nada mais que amar. Amar este povo, esta cultura e os seus costumes. Amar, nas suas múltiplas perspetivas, na queda, no erro, no levantar e na esperança de ser a cada dia a melhor versão de mim mesma.
E assim, todos os dias descubro mais uma cor dentro e fora de mim, neste intercâmbio de vidas, histórias e rostos descubro todos os dias a cor do Amor.