Um rápido olhar sobre o mundo depressa nos faz percebê-lo como um maravilhoso jardim, criado por Deus, que se encontra num processo de destruição. O homem passou de jardineiro a exterminador: 10 000 espécies são extintas por ano, segundo os cálculos dos cientistas; desflorestação maciça por efeito da urbanização rápida e da intensificação agroindustrial; mudanças climáticas de contornos ainda desconhecidos, mas deveras preocupantes; poluição industrial com ênfase particular na China e na Índia, onde o crescimento económico galopante não está a ser acompanhado por medidas de proteção ambiental; erosão do solo e desertificação em largas áreas de África, América do Sul e China. Eis alguns dos sintomas da destruição a nível planetário.
Nos últimos anos, a humanidade, com um comportamento altamente marcado pela sede do lucro fácil e imediato, tem destruído mais o planeta do que todos os seus antepassados ao longo de milhões de anos. Em algumas zonas geográficas, incluindo Portugal, já se podem notar os estragos provocados por um sobreaquecimento global advindo da poluição humana. Se continuarmos a não estimar e cuidar a Criação que Deus nos confiou, não teremos este planeta por muito tempo.
Biodiversidade, valor a preservar
O património biológico é o resultado de milhões de anos de evolução. Mas, infelizmente, a diversidade biológica (biodiversidade) tem vindo a decrescer drasticamente devido à expansão da população humana, atingindo, atualmente, níveis muito baixos. O homem necessitou, necessita e continuará a necessitar desta biodiversidade para sobreviver. Os animais e as plantas são riquíssimas reservas genéticas que devemos preservar e conservar, pois sem elas não conseguiremos sobreviver. Não podemos prescindir delas sem estarmos a correr riscos ainda nem sequer calculados, uma vez que, diariamente, desaparecem várias espécies vegetais e animais que a ciência ainda não estudou nem conhece.