O caldeiro negro fumegante, coberto de fumo por fora e forrado por dentro por batatas, pedaços de abóbora, nabos, beterraba e couves, suspenso por cima do lume crepitante, produzia o vapor que cobria as vidraças geladas da cozinha.
Sentado num banco de madeira encostado ao longo da parede, o meu avô Miguel, ainda de chapéu na cabeça já praticamente deserta de cabelos, dormitava um sono leve, aquecido pelo conforto da lareira e persuadido pela fadiga de mais uma jornada de trabalho árduo no campo.