Este mês, decidi contar algo que, apesar de não ser pessoal, faz parte das minhas experiências e do que tenho aprendido com elas.
Quando comecei a escrever para a Audácia, eu estava ainda no meu 8.o ano de escolaridade. Atualmente, estou no 3.o ano da universidade, pelo que se pode compreender que a minha vida deu, se assim se pode dizer, uma volta em cone ascendente, desde o início deste pseudodiário.
Eu estudo Medicina e estou neste momento naquela fase do curso em que se começa a ver doentes e a conversar com eles. Uma vez que ainda estamos tão longe de sermos médicos, o que fazemos passa muito pela conversa com os doentes. E eu nunca imaginei que aprenderia tanto com isso…
Não me refiro apenas a aprendizagens médicas (dessas vou poupar-te). Refiro-me ao lado humano – aquele que verdadeiramente me apaixona na Medicina. Nas minhas ainda curtas passagens pelas enfermarias médicas, já vi tanta coisa. Dou-te um exemplo: vi pessoas num sofrimento inexplicável e com uma boa disposição que me surpreende pela incoerência. Isso faz-me olhar para tudo com outra visão.
O que nos acontece está totalmente fora do nosso controlo, mas o modo como olhamos para isso pode mudar tudo, e, em alguns casos, salvar a nossa vida. Literalmente.
Já vi doentes que, perante os maus prognósticos, a dor, diante de tudo o que faria os mais fracos (como eu) desistir, mantiveram o otimismo, mantiveram a Fé e, contra todas as perspetivas médicas superaram doenças inexplicavelmente. Eu acredito genuinamente que há situações inexplicáveis para a ciência.
O segredo é, portanto, manter a Fé, porque os milagres não acontecem só na Bíblia, eu já vi alguns no hospital.