A minha amiga Teresa tinha acabado de se divorciar. Fora uma decisão difícil, ninguém gosta de se divorciar, normalmente o casamento é para a vida toda. Mas depois de terem pensado muito bem, decidiram que era o melhor a fazer. E resolveram que tudo se ia passar muito civilizadamente, até por causa do filho, ainda muito pequeno, que poderia escolher quantos dias queria ficar com um e com outro.
Como a Teresa estava sempre a repetir-lhe «tu continuas sempre a ser o meu filho e o filho do teu pai, e nós gostamos muito, muito de ti», tudo estava a correr muito bem, até que a Teresa começou a reparar que o filho começou a querer ficar muito mais tempo com o pai do que com ela. Encheu-o de (mais) mimos, só lhe fazia a comida que ela sabia que ele gostava mais, até o deixava deitar-se um pouco mais tarde. Mas isso de nada servia.
