Sala de convívio
04 março 2024

O cego e a lanterna

Tempo de leitura: 1 min
Na escuridão, é mais seguro andar com a sua própria luz interior do que confiar na luz de outro.
Anthony de Mello
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Antigamente, era habitual no Japão usar lanternas de papel: um papel que protegia uma vela acesa, tudo preso a canas de bambu.

Aconteceu que um cego foi visitar um amigo e, como se fez tarde, este ofereceu-lhe uma lanterna para regressar a casa, o que fez rir o cego:

– Para mim, a noite e o dia são iguais. O que vou eu fazer com uma lanterna?

O amigo replicou:

– É verdade que, com a tua luz interior, és sábio e não precisas de ver o caminho até casa. Mas a lanterna pode servir-te para dissuadir alguém que pretenda atacar-te no escuro.

Assim, o cego pegou na lanterna e saiu. Pouco tempo depois, alguém embateu nele, fazendo-o perder o equilíbrio.

– Eh! Porque não vais com mais cuidado, amigo? – gritou o cego. – Não viste a lanterna?

– Irmão – disse o outro –, a sua lanterna está apagada.

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EDIÇÃO
Novembro 2024 - nº 633
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