Hoje vamos falar de uma pessoa extraordinária: Grace Chisholm Young (1868-1944). Começou por estudar Matemática na Universidade de Cambridge. De seguida, foi para a Universidade de Göttingen, na Alemanha, onde obteve o doutoramento em 1895, sob a direção de Felix Klein, com uma tese sobre a trigonometria esférica, ou seja, o estudo dos ângulos de triângulos numa esfera. No ano seguinte, voltou para a Inglaterra, onde se casou com o seu ex-professor, William Young, a quem convenceu a tornar-se também investigador em matemática.
A maioria dos trabalhos científicos de William Young foram feitos conjuntamente com Grace, mas ele achava que era melhor ela ficar na sombra, e só ele os assinava: ela que tratasse dos seis filhos que tiveram (dois dos quais, Lawrence e Cecilia, se tornaram também matemáticos). Só treze anos depois do início desta colaboração, graças à qual o marido brilhou na comunidade científica internacional, ela se «atreveu» a publicar um artigo em nome próprio.