Formiga (cantando): «As formigas em passo apressado andam o dia inteiro a trabalhar. Quando uma encontra algo pesado, logo, todas a vão ajudar.»
Lírio: Olá! Quem és tu, que trabalhas, trabalhas, e nem descansas? Tenho-te ouvido cantar e acho que és muito simpática!
Formiga: Olá! Sou uma formiga. E tu, quem és? És muito bonito!
Lírio: Sou o lírio e nasci aqui à beira do lago.
Formiga: Ainda bem que vim mais longe do que é habitual. Fiquei encantada, quando vi o teu botão abrir-se e a sair dele a tua linda e delicada flor.
Narrador: Nesse dia, a formiga e o lírio conversaram até começar a anoitecer.
Formiga: Lírio, tenho de ir. Amanhã volto. Boa noite, amigo!
Lírio: Boa noite, amiga! Até amanhã.
Formiga (caminhando): Estou encantada com o meu novo amigo. Amanhã, vou dizer-lhe isso.
Lírio (pensativo): Gosto da simpatia da formiga. Amanhã, vou dizer-lhe quanto a admiro.
Narrador: No outro dia, porém, a formiga não pôde ir ter com o lírio…
Formiga: Ontem, não fiz quase nada. Hoje, tenho de trabalhar o dobro. Amanhã, vou dizer ao lírio que sinto falta dele.
Lírio: Não vejo sinais da formiga… Sinto falta dela…
Narrador: E no dia seguinte…
Formiga: Que contratempo: amanheceu a chover e não vou poder sair de casa. Hoje, também não irei ver o lírio. Amanhã, vou dizer-lhe como ele é especial para mim.
Lírio: Que azar! Está a chover. E a chuva pode matar-me…
Narrador: Ao terceiro dia, a formiga acordou muito cedo e correu para o lago…
Formiga: Lírio, o que se passou? Estás ferido!
Lírio: A chuva e o vento arrancaram-me pétalas e magoaram-me o caule. Estou tão feliz por teres vindo. Pensava que ia morrer sem te ver outra vez nem dizer-te que és muito importante para mim.
Formiga: E eu fui muito estúpida. Dei por garantido que haveria sempre uma oportunidade para estar contigo.
Lírio: Aprendemos a lição: não deixemos para amanhã, nem esperemos o fim da vida, para dizer aos outros quão importantes são para nós.
Formiga: Tens razão: a amizade, as alegrias e as tristezas têm de ser partilhadas todos os dias.