Narrador: Numa floresta encantada, vivia o coelho Nico. Ele era generoso e estava sempre disposto a ajudar todos os animais da floresta.
Esquilo fêmea: Nico, não tenho nozes para alimentar os meus filhotes...
Nico: Já vou apanhar e levo-tas ao ninho.
Raposo: Nico, a minha toca desmoronou-se e as minhas crias não conseguem sair.
Nico: Sossega, que eu vou já consertá-la.
Tartaruga: Nico, podias ajudar-me a atravessar o rio?
Nico: Sim, sobe para as minhas costas.
Narrador: Nico trabalhava incansavelmente para atender às necessidades dos outros. Mas a generosidade não era recíproca.
Nico: Girafa, podias ajudar-me a decorar a árvore?
Girafa: Não posso. Estou com dores no pescoço.
Nico: Está bem. Eu faço. Desejo-te as melhoras. (Nico, porém, desequilibra-se e cai da árvore) Aaaai!
Girafa: Nico, estás bem?
Nico: Não foi uma queda grave, mas sinto dor nas patas traseiras.
Girafa: Vai para casa e descansa.
Narrador: Nessa noite, enquanto descansava na sua toca, Nico olhava para a Lua e suspirava.
Nico: Gosto muito de ajudar os meus amigos. Mas, agora que preciso de auxílio, ninguém pensou se também necessito de apoio!
Narrador: No dia seguinte.
Castor: Nico, preciso da tua ajuda para construir a barragem.
Nico: Estou cansado, magoei-me nas patas e preciso de descansar. Mas talvez tu me pudesses ajudar… Eras capaz de me trazer umas cenouras?
Castor: É justo que me peças ajuda. Vou trazer-te as cenouras. Mais ainda, vou falar com os outros e viremos todos ajudar-te, agora que precisas.
Narrador: Todos os animais entenderam que Nico não podia fazer tudo por eles, nem em vez deles e, sobretudo, que também gostava de contar com a sua colaboração.
Esquilo fêmea: Nico, vou olhar pelos teus filhotes.
Raposo: Eu vou ajudar-te a cuidar da tua toca.
Tartaruga: Eu vou trazer-te frutas e raízes.
Girafa: Nico, sobe ao meu dorso e desfrua dos raios do sol.
Castor: E toda a floresta anda feliz com este espírito de cooperação.