Acordei coberto, envolvido e entrincheirado nos cobertores de papa (característicos da região beirã). Afastei a densa muralha de cobertores, levantei-me e encaminhei-me para a janela.
Como de costume, passei os dedos na vidraça, procurando abrir um monóculo sobre a vista da aldeia. Com o gesto ritual, limpei o ar condensado no gelo da janela. O gesto, porém, não surtiu efeito, pois, naquela ocasião, do lado de fora, o nevoeiro espesso não deixava ver a mais que um palmo do nariz!