A Eritreia acolhe nove grupos étnicos, correspondendo os tigrínios a cerca de um terço da população. Descendentes dos antigos egípcios, são na sua maioria altos, de feições finas e nariz estreito.
Por tradição, o povo tigrínio é formado por pastores nómadas originários do Sudão do Sul, de onde chegaram à procura de água e pastagens. No entanto, as secas recorrentes na Eritreia, a par da guerra e da fome, têm motivado mudanças no estilo de vida de bastantes dos seus membros: alguns tornaram-se seminómadas e outros estabeleceram-se como agricultores. Os que continuam a ser nómadas em geral dedicam-se à criação de cabras, ovelhas e camelos; vendem os animais nos mercados e, com o fruto da venda, compram bens essenciais. Os seminómadas passam metade do ano nas terras altas do Norte e o restante tempo nas terras baixas do Oeste, para poderem alimentar o seu gado, por norma bovino e caprino. Já os tigrínios que optaram pela agricultura costumam cultivar milho, trigo, cevada, sorgo, legumes e linhaça; frequentemente, também criam cabras e, por vezes, outro gado; vivem em aldeias de casas redondas, telhados em forma de cone – feitos à base de galhos e folhas – e paredes elaboradas com tapetes de palmeiras.