Nafis Sadik foi médica, defensora da saúde e dos direitos das mulheres em todo o mundo. Nasceu no Paquistão, em 1929. Morreu em agosto passado, aos 92 anos, em Nova Iorque, Estados Unidos.
Foi diretora-executiva do Fundo de População das Nações Unidas. Ela encabeçou o plano de ação inovador adotado por 179 países na conferência sobre população da ONU, em 1994, no Cairo, no âmbito da saúde sexual e reprodutiva das mulheres, defendendo o direito ao planeamento familiar e a adoção de medidas concretas que garantissem a redução da mortalidade infantil e materna.
Na conferência de mulheres de Pequim, um ano depois do Cairo, Sadik disse aos delegados: «A primeira marca de respeito pelas mulheres é o apoio aos seus direitos reprodutivos. Estes direitos englobam mais do que o direito de reproduzir. Abarcam o apoio às mulheres em outras atividades além da reprodução, liberando-as dos sistemas que insistem que a reprodução é sua única função, e envolvendo-as diretamente na elaboração e execução de políticas de desenvolvimento.»
Nascida em Jaunpur, Índia, formou-se em Medicina, na especialidade de ginecologia e obstetrícia. No seu país, coordenou os serviços de planeamento familiar.
Sadik teve cinco filhos, dez netos e quatro bisnetos. «Admirava a minha mãe pelo modo como ela vivia: aberta, acolhedora, maravilhosa, generosa, graciosa e generosa – continuamente e de todas as maneiras», disse o seu filho Omar Sadik. «A nossa casa não era enorme, mas ela arranjava sempre uma maneira de a fazer parecer ilimitada e de alguma forma ela conseguia acomodar qualquer pessoa que precisasse de uma cama, um sofá, uma refeição ou uma família. Ela foi amada tanto por pessoas muito mais velhas do que ela, como por crianças, porque conheceram o seu coração», testemunhou ele.