O Papa Francisco alertou os jovens moçambicanos para terem atenção àqueles que os querem dividir e fragmentar.
“Alegria partilhada e celebrada que reconcilia e se torna no melhor antídoto capaz de desmentir todos aqueles que vos querem dividir – atenção àqueles que vos querem dividir! –, que vos querem fragmentar, que vos querem contrapor”, alertou o Papa durante um encontro inter-religioso, realizado na quinta-feira, 5 de setembro em Maputo.
Francisco considerou que a presença de jovens de diversas confissões religiosas no encontro é prova de que a diferença não é um factor de divisão, mas promove a convivência pacífica.
“Como faz falta nalgumas regiões do mundo a vossa alegria de viver, como faz falta nalgumas regiões do mundo a alegria de estarem juntos, de ter diversas confissões religiosas, mas filhos de uma mesma terra juntos”, afirmou o Santo Padre.
Os jovens, continuou, devem manter a tenacidade que impede que lhes seja roubado o sonho de um presente e futuros melhores.
“Gostaria de dizer que não deixem que vos roubem a alegria, não deixeis de cantar, de expressar tudo que aprendestes da vossa tradição”, encorajou o Papa.
Nesta sexta-feira, o Papa Francisco despediu-se de Moçambique e no seu discurso voltou a insistir no tema da paz.
“Queremos que reine a paz nos nossos corações e no palpitar do nosso povo. Queremos um futuro de paz. Queremos que «reine em vossos corações a paz de Cristo», como justamente dizia a carta de São Paulo. Ele usa um verbo que vem do mundo do desporto e faz referência ao árbitro que decide as coisas discutíveis: «que a paz de Cristo seja o árbitro em vossos corações». Se a paz de Cristo é o árbitro nos nossos corações, então quando os sentimentos estão em conflito e nos achamos indecisos entre dois sentidos opostos, «façamos o jogo» de Cristo. A decisão de Cristo manter-nos-á no caminho do amor, na senda da misericórdia, na opção pelos mais pobres, na salvaguarda da natureza. No caminho da paz. Se Jesus for o árbitro entre as emoções em conflito do nosso coração, entre as decisões complexas do nosso país, então Moçambique tem garantido um futuro de esperança; então o vosso país cantará «a Deus, com gratidão e de todo o coração, salmos, hinos e cânticos inspirados»”, disse Francisco na homilia da Santa Missa.
Francisco é o segundo chefe máximo da Igreja Católica a deslocar-se a Moçambique, depois de João Paulo II ter visitado o país em 1988.
O Papa segue agora para Madagáscar, próxima etapa da sua 31ª Viagem Apostólica Internacional que o levara ainda às ilhas Maurícias.