O consumo de drogas em África pode tornar-se uma emergência de saúde pública, alerta um importante instituto de pesquisa.
De acordo com o relatório divulgado ontem, 24 de setembro, pelo ENACT, instituto financiado pela União Europeia e ligado à Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional, políticas de combate às drogas ineficazes, corrupção e crime organizado são os principais responsáveis pela crise que se avizinha.
O instituto aponta que o consumo africano de drogas ilegais “ameaça o desenvolvimento nacional e pode tornar-se uma emergência de saúde pública”.
“A África Subsariana terá o maior aumento mundial de consumidores de drogas ilícitas nos próximos 30 anos”, prevê o ENACT.
Os pesquisadores estimam que o número de utilizadores de drogas na África Subsariana aumentará em quase 150% nas próximas três décadas. A previsão é que até 2050 haverá mais 14 milhões de africanos a consumir drogas ilegais.
Outro dado apontado pelo instituto é que os mercados continentais de droga continuam em expansão, apesar da destruição de colheitas ilícitas, do desmantelamento de laboratórios e das apreensões de drogas.
“As prisões africanas estão sobrelotadas e gerações de jovens estão a ser marginalizados por pequenos crimes envolvendo drogas”, lê-se no documento.
O ENACT refere ainda que as drogas tornaram-se numa fonte de renda para organizações terroristas e para o crime organizado, mas a maioria das autoridades africanas não têm capacidade institucional, tecnológica e financeira para combater essas organizações.