Mayerlín Vergara Pérez, a ganhadora do Prémio Nansen para os Refugiados 2020 (Foto: © ACNUR/Nicolo Filippo Rosso)
A colombiana Mayerlín Vergara Pérez foi a ganhadora este ano daquele que é considerado como o Nobel Humanitário, o Prémio Nansen para os Refugiados do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). Mayerlín é uma educadora e activista de direitos humanos e, actualmente, coordena o centro regional de La Guajira da Fundação Renascer, uma ONG da Colômbia que há mais de três décadas está comprometida na erradicação da exploração sexual de crianças e adolescentes, muitos dos quais são refugiados e migrantes.
Nos últimos 21 anos, Mayelín trabalhou e realizou a sua vocação a ajudar as crianças a superar e libertar-se do jugo e da dor da violência sexual. Trabalhou em casas da Fundação em Barranquilha e Cartagena. No ano passado, ofereceu-se para abrir uma casa da Fundação Renascer na região fronteiriça do Nordeste da Colômbia, que tem assistido a um aumento da exploração sexual infantil entre refugiados e migrantes que fogem da actual crise política e económica da vizinha Venezuela.
Estima-se que, devido à pobreza, 1,8 milhões de venezuelanos tenham procurado protecção na Colômbia. Actualmente, cerca de 40 crianças (39 meninas e um menino) vivem na espaçosa casa de dois andares, que inclui quatro quartos e é construída em torno de um pátio interior com duas imponentes árvores de manga. Muitas das meninas que vivem na casa são indígenas Wayúu e Yukpa, cujas comunidades se estendem a ambos os lados da fronteira Colombo-Venezuela. Ao longo deste primeiro ano, esta casa converteu-se num espaço terapêutico seguro para 75 crianças e adolescentes, alguns com apenas 7 anos, 18 das quais eram vítimas de tráfico humano.
Outras quatro mulheres da África, Ásia, Europa y el Medio Oriente foram reconhecidas com os Prémios Regionais de Nansen pelo seu trabalho humanitário em favor dos refugiados: Françoise Sabuni Chikunda, professora numa escola para refugiados da República Democrática do Congo que vive no Uganda; Rozma Ghafouri, uma refugiada afegã que vive no Irão, aspirante a futebolista que usa o seu amor pelo desporto para tirar as crianças refugiadas das ruas e levá-las para a sala de aula; Tetiana Barantsova, uma activista da Ucrânia, co-fundadora da AMI-Skhid, uma ONG que defende a mudança e a protecção dos direitos das pessoas com deficiência, incluindo pessoas com deficiência que são deslocados internos; e Rana Dajani, uma cientista e professora, mãe de quatro filhos, que trabalha para que a leitura e a aprendizagem sejam acessíveis a crianças refugiadas.
Veja um breve documentário (em castelhano):