Esta tarde fui lá abaixo, à grande avenida central de Butembo carregar o telemóvel. Enquanto esperava, tudo ao ar livre, no meio de vendedeiras de fruta, de moto-táxis e mirones, uma senhora com o bebé ao colo pergunta-me, ao ver a Cruz que levo sempre ao peito: “O senhor é padre?” À minha resposta afirmativa, continuou: “Dê a bênção ao meu bebé”. Sem mais nada, estendi as mãos sobre ela e o bebé, rezei uma oração de bênção e abençoei.
Logo outra, que estava numa das cabinas dos telefones, viu, saiu também com o seu bebé e deu uma palavrinha. Em poucos segundos, estavam perante mim cinco ou seis mães jovens com outros tantos bebés; uma delas, grávida quase no fim do tempo e um menino pela mão. Com que devoção rezavam estas mães ali no passeio largo da avenida de Beni!...
Tendo recebido a bênção, dispersaram cheias de alegria.
E eu também.
A bênção é um ato divino que dá e protege a vida e tem a sua fonte no Pai. Eu dou graças ao Pai por fazer (também) de mim sinal visível da Sua misericórdia e da presença de Jesus ao pé desta gente.
Quanto ao ébola não se vê maneira de o povo acabar com a resistência, violenta, contra os enfermeiros e médicos que procuram curá-los.
Padre Claudino Gomes (MCCJ) – República Democrática do Congo
